Onça
Léo Vieira (CE)
Como se não fosse lógico
Como se eu soubesse tanto
Como se eu beijasse o óbvio
Como se eu fosse a noite
Como se eu fosse um sonho
Como se eu fosse a noite
Como se eu fosse um sonho
Leva-me, guarda-me, nas grutas profundas
De uma floresta, vestindo a mata longe
Prefiro ver, ouvir, voar
A noite canto
Prefiro ter e te encontrar no escuro do quarto
Dia de correr a gente brinca de pintar um Sol
Medo de correr assim, tão perto
Vivo de voar assim, gaivota
Vivo dessa coisa tão nervosa
Que me inqueita
Que me acossa
Como se eu fosse caça, como se ela fosse onça
Como se eu fosse valsa, como se ela fosse um samba
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